terça-feira, 16 de janeiro de 2018


Cansaço, muito cansaço, tanto cansaço
Dias desencontrados
Horas que passam, apenas passam
Dias que antes de começar já acabaram
E o cansaço de viver
E o cansaço de amar e viver sem amor
E ser só uma sombra de mim
Cansaço, só cansaço
E a sombra que se perde de mim
E eu que me perco procurando sombras
E as sombras que me chamam e nenhuma é a minha
Mas querem-me, as sombras
Não, não as quero, aquelas sombras
Quero a minha, preciso dela, é tudo o que tenho
Vejo-a de longe, pintando-se numa parede
Conhece-lhe os contornos
Molda-se, estica-se, escorre
E veio devagar, até mim
Vem que não há tempo, temos de continuar
E resta o cansaço
E recomeça a viagem pelos dias.

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